terça-feira, agosto 30, 2005

CAMPO DE GOLF NO CONCELHO E DESPORTOS NAUTICOS NO RIO LIS

O concelho da Marinha Grande, não pode ser considerado como um destino turístico, sendo apenas um ponto de visita pontual num qualquer programa turístico.

Temos um turismo de passagem e disso é sintomático o parque hoteleiro do concelho cuja ocupação é conseguida sobretudo à custa da actividade industrial.

Efectivamente a receita turística gerada no concelho não é significativa. É necessário inverter este estado de coisas e para isso implementar todo um conjunto de novas infra estruturas que para alem do seu aspecto económico possam também servir de ancoras a outros projectos complementares e finalmente pólos geradores de emprego qualificado.

A nossa política de turismo não pode exclusivamente basear-se no sol e mar, que tem sido a grande oferta do concelho neste sector, mas que se resume cada vez mais a 3 meses no ano e é necessário que possamos ter ofertas que cubram o ano inteiro.
É neste contexto que protagonizamos algumas ideias, tais como:

Campo de Golfe no Concelho
Seria uma estrutura englobada num projecto mais abrangente, tipo um Resort, que incluiria Courts de ténis, piscinas e auditório e uma unidade hoteleira de qualidade. Todo este projecto se enquadraria na paisagem sendo objecto de um projecto arquitectónico e paisagístico de qualidade em harmonia com o meio e que teria toda a vantagem em se situar na proximidade da costa mas no entanto suficientemente afastado para que as características de cada um não entrem em conflito.
Este projecto deve-se resumir a isto mesmo, sem urbanizações complementares que desvirtuem a essência de um verdadeiro projecto turístico.
Neste projecto poderiam ser introduzidos princípios de uma exploração equilibrada entre a floresta e a actividade turística onde o campo de golfe e a floresta pudessem conviver e beneficiar um com o outro. A imaginação nesta área não tem limites e as potencialidades que se podem criar são imensas.

Aproveitamento para desportos náuticos da foz do Rio Lis
Não é propriamente uma ideia nova, mas de facto nunca foi verdadeiramente debatida, e temos de ser capazes de valorizar todos os recursos que a natureza nos deu.

Para isso terá que haver a união de esforços para a despoluição do rio em que a Autarquia tem que ter um papel muito mais activo do que o que teve até agora utilizando todos os meios ao seu alcance, quer nacionais, numa acção inter-municipal com a Autárquica de Leiria pressionando por todos os meios o poder central na criação de linhas de financiamento dedicadas possibilitando aos exploradores das pecuárias a construção das infra-estruturas adequadas para continuarem a sua laboração em harmonia com o ambiente.

Têm que ser as autarquias, produtores, associações ambientais, em suma entidades publicas locais e privadas, agregando todos os esforços ao seu alcance para que sejam tomadas as devidas acções que levem á resolução do problema e inclusivamente europeus como ultima instancia na denuncia dos atentados ambientais de que o rio tem sido alvo, porque o nosso Concelho é o mais prejudicado com esta inércia na resolução do problema já que condiciona toda e qualquer iniciativa de reordenamento das suas margens e de aproveitamento da sua foz como uma mais valia para o Concelho.

A monitorização em tempo real da qualidade da água na bacia hidrográfica do rio Lis, á semelhança do que Aveiro está a fazer para controlo da qualidade das águas da ria, por forma a prevenir e intervir de forma imediata perante eventuais atentados ambientais .

É preciso muita luta e encontrar os parceiros certos e sobretudo ter-se vontade de mudar. É este o comprometimento de uma Autarquia, cativar e criar condições à iniciativa privada para que esta concretize projectos dinamizadores de recursos e de emprego qualificado.

domingo, agosto 28, 2005

7x7: Ambito

Quando a Candidatura do CDS para a Marinha Grande lançou o projecto 7 ideias em 7 semanas, foi sua intenção que essas ideias, nas mais diferentes áreas, fossem tanto quanto possível polémicas, muito polémicas, e que na sua discussão envolvesse o leque mais alargado possível de pessoas. Opiniões concordantes, discordantes ou assim assim, alterações , adaptações e contrapropostas, tudo será bem vindo á discussão, porque é de uma discussão de ideias que se trata.
A nossa primeira ideia teve a haver com a participação dos munícipes na construção da identidade do concelho, é esta participação em discussões deste tipo que contribui para que possamos sair deste marasmo que nos entorpece o corpo, o espirito e a vontade.
Trata-se tão somente de ideias, não de compromissos ou promessas, porque nós só podemos prometer aquilo que temos a certeza de podermos dar, o nosso trabalho.
Da discussão das mesmas saberemos tirar as devidas ilações, pois é isso mesmo que pretendemos por isso tomámos a liberdade de colocar as mesmas à discussão no blog
Acreditamos que o concelho da Marinha Grande precise de um "abanão". Não podemos estar de acordo com os que desabafam as suas mágoas já não pelos cantos, como antigamente, mas pelos jardins que vão imperando pela cidade e conformarmo-nos com a nossa triste sina.
E porque reconhecemos a critica que o Sr. Observador Marinhense nos faz publico a nota introdutória que antecedeu a apresentação da 1ª Ideia lançada á discussão. O "Circuito Permanente de Desportos Motorizados " foi a 3ª Ideia.

Ana Paula Silva


7 Ideias em 7 semanas: Âmbito

A candidatura do CDS/PP às Autárquicas de Outubro optou por uma linha de intervenção direccionada à construção do futuro colectivo do Concelho e em procurar respostas para os grandes desafios que se colocam. E como pensamos que o futuro se constrói com trabalho e com ideias novas ou diferentes, vamos apresentar ao longo das próximas 7 semanas 7 ideias, uma por cada semana.
O conjunto das ideias englobam-se na política de desenvolvimento económico e social, equilibrado e sustentável que constitui a base de todo o projecto que propomos ao concelho. No entanto, cada uma tem uma filosofia própria e associada a cada uma das actividade do concelho. Industria, Comércio, Turismo, Serviços, Educação e Associativismo estão implicitamente presentes no objectivo final.
Muitas das ideias que serão propostas serão objecto de muita discussão e algumas delas revestem-se de alguma polémica, mas é esse o objectivo, colocar a sociedade a discutir temas e assuntos que podem parecer à primeira vista de realização difícil ou fora do contexto da realidade do concelho. A filosofia que tornou a Marinha Grande uma terra de vanguarda na industria ou no pensamento político, não foi com certeza o derrotismo ou falta de ambição dos seus habitantes, bem pelo contrário, foram o risco e os desafios.
E hoje como dantes também há que correr riscos e responder a desafios.
Teremos contra nós os Velhos do Restelo que os há em todos os lados e em todas as épocas, teremos contra nós a dualidade de uma política do governo central, que apela aos desafios da modernização e da competitividade económica mas que em tudo que a eles diz respeito é redutor dessa mesma modernização e competitividade que tanto apregoa aos privados, teremos contra nós os radicais e fundamentalistas.
Como se disse, todas as semanas irá aparecer uma ideia, ideia essa que não se resume a ela própria, mas que é a ancora de um conjunto de muitas outras que a ela estão associadas e que fazem parte de um determinado objectivo concreto.
Candidatura Autárquica 2005 do CDS/PP Marinha Grande

As respostas do candidato João paulo Pedrosa

O candidato do PS à Câmara Municipal quis responder às questões aqui colocadas. Aqui estão as respostas.

Caro observador, registo com agrado as suas questões, registo também a benevolência com que trata o completo vazio de ideias da CDU chamando-lhe, eufemisticamente, "poucas ideias".
É evidente que uma carta destas apresenta princípios gerais, não pormenoriza todos os seus contornos, mas vamos às questões:
1- defender e proteger o emprego
Há cerca de um mês uma empresa do concelho estava para fechar, havia um empresário austríaco interessado nela, havia por isso que rapidamente actuar junto dos credores e encetar um plano de recuperação que fosse viabilizado pelo tribunal, conjuntamente com o governo civil conseguimos ultrapassar os constrangimentos, hoje a empresa está a laborar e salvaram-se 80 postos de trabalho; recentemente também a comissão de trabalhadores de uma empresa vidreira do concelho, com salários em atraso, solicitou-me a disponibilidade para reunir conjuntamente com eles, a administração e o sindicato para, todos em conjunto, conseguirmos plataformas de entendimento com vista à resolução dos conflitos, efectuámos a reunião e com diálogo e ponderação encontrou-se um entendimento que levou à desconvocação de uma greve. É, portanto, seguindo este caminho que entendo poder defender e proteger o emprego. Bem sei que nem todas as iniciativas deste género poderão ter êxito, mas é esta a obrigação de um presidente de câmara, como já referi várias vezes, enquanto houver um emprego em perigo o presidente da câmara tem que estar presente.

2 – A intervenção nas áreas da segurança não diz respeito às competências de actuação de uma câmara municipal, todavia, como isso diz respeito à qualidade de vida dos cidadãos (segurança de património e de pessoas) o presidente de câmara tem que actuar. Tenciono por isso, através de um conselho municipal de segurança, analisar com regularidade os problemas, propor soluções e modos de actuação que dêem mais eficácia ao trabalho policial. Também é minha intenção, caso seja eleito e se tal for aceite pelo MAI, libertar os polícias de tarefas administrativas (que seriam asseguradas, por exemplo, por pessoal nosso) libertando-os para o reforço do patrulhamento exterior.
3 – Quanto ao espaço Sénior
Tenciono mesmo criar um centro de convívio “Sénior” em todos os lugares do concelho em parceria com as colectividades. A nossa intenção é equipar os espaços com mobiliário adequado e criar um conjunto de actividades durante a semana (culinária, trabalhos manuais, jogos tradicionais, educação física, despistagem de problemas de saúde, tensão arterial, diabetes…, primeiros socorros, entre muitas outras) para isso aproveitaremos os recursos instalados nas colectividades e na câmara municipal, esta é uma das nossas prioridades a inscrever no plano de actividades, como sabe, apesar dos recursos serem escassos, há que definir prioridades e na área de apoio a idosos esta é uma das principais.
4 – Atenção especial à toxicodependência
Quando fui vereador da acção social criámos um projecto que implementou uma consulta de adição, através da metadona, no centro de saúde, fez-se um registo de doentes e aqueles que se pretendiam tratar foram encaminhados para aquela consulta e para os serviços de uma psicóloga clínica que estava a tempo inteiro para tratar destes problemas, ao mesmo tempo apoiámos financeiramente a associação Novo Olhar na distribuição e troca de seringas e no apoio de uma equipa de enfermagem. Sempre defendi a criação de um CAT na Marinha Grande, recentemente, solicitei uma reunião com o IDT e defendi esse equipamento para a Marinha Grande, tive receptividade para esta proposta e estou convencido que até ao fim do ano é possível concretizá-la.

5 – Relativamente ao centro tradicional
Vão ser iniciadas as obras do URBECOM para valorização do centro tradicional, foi feito um plano de salvaguarda com um gabinete (nas antigas instalações da PSP) para apoiar os projectos de recuperação, a reconversão do actual mercado também ajudará essa revitalização, agora a câmara municipal não se pode substituir aos privados na recuperação dos seus imóveis, apenas através de uma sociedade de reabilitação urbana isso poderia ser feito, só que o esforço financeiro que isso acarretaria é totalmente impossível de suportar pelas finanças municipais. Temos que ser francos e falar sem demagogia, se não se pode fazer há que assumir as dificuldades.

João Paulo Pedrosa

sexta-feira, agosto 26, 2005

ATENÇÃO!!!



REPORTAGEM NO JORNAL DA SIC HOJE ÀS 20 HORAS SOBRE O CENTRO DE SAUDE DA MARINHA GRANDE!

Algumas dúvidas sobre as propostas do PS

Hoje, recebi uma carta do candidato do PS à Câmara Municipal da Marinha Grande. Na missiva, presumo que tenha sido enviada em massa para todo o concelho, João Paulo Pedrosa fala do passado e lança pista para o futuro. Com o slogan “confiança no futuro", o candidato afirma, de forma convicta, que a Marinha Grande vai ser a capital da inovação. Não nego que em alguns aspectos até possamos ser algo mais que a capital do vidro e dos moldes. Considero mesmo que algumas das ideias que João Paulo Pedrosa “escreve” na carta são muito válidas e exequíveis. Todavia, fiquei com algumas dúvidas e com algumas preocupações.
Vamos por pontos:

1) Como pretende a candidatura do PS defender e proteger o emprego no concelho. Cálculo que todas as candidaturas o queiram? Na carta não é dada qualquer pista.
2) Como pretende João Paulo Pedrosa aumentar e melhorar as condições de segurança? E como pretende “juntar as colectividades para criar juntamente com estas um centro de convívio para idosos, quando sabemos que a maior parte destes clubes estão virados de mais para o seu umbigo e têm grandes rivalidades entre si.
3) De que maneira é que a candidatura vai dar uma atenção especial ao problema da toxicodependência na Marinha Grande? Há, pelo menos, oito anos que ouvimos falar nesta questão e até agora nada foi feito. Quando se remodelou o Parque Mártires do Colonialismo, o discurso foi sempre no sentido de criar uma estrutura de apoio aos toxicodependentes que por lá andavam e de os encaminhar para tratamento. Quantos foram encaminhados? Penso que a maior parte mudou de local. Agora está na Ivima.
4) Na missiva, o candidato do PS não dá uma linha de atenção à recuperação do centro tradicional da Marinha Grande. Não apresenta propostas para resolver um problema que afecta uma zona da cidade que está moribunda e que só com a intervenção da autarquia, juntamente com privados e a associação de comerciantes, pode recuperar das muitas feridas.

Ainda não abordei aqui as propostas das outras candidaturas. Mas também ainda não recebi qualquer informação, com excepção do programa eleitoral do PSD, que me parece razoável e que também me levanta algumas dúvidas. Mas mais tarde prometo colocar aqui algumas questões sobre o assunto.
Ao contrário de há quatro anos, a candidatura do BE está muito frouxa. A CDU apresenta poucas ideias para além de acusações. Fazendo da questão do urbanismo a principal arma do seu combate. O CDS-PP tem ideias muito interessantes, mas ainda estão um pouco soltas. É como uma equipa constituída com bons jogadores, mas sem o entendimento necessário entre eles. Ou seja, têm dificuldade em chegar à baliza.

quinta-feira, agosto 25, 2005

"Vendem-se consultas" à porta de Centro de Saúde

A pedido da Liliana, aqui vai a prova de que a sua demanda está a dar resultados. O artigo foi publicado no Diário de Leiria, de 25/08/2005.

As longas listas nas consultas de marcação prévia ou a urgência em ser consultado pelo médico de família está a custar alguns euros a munícipes da Marinha Grande. Tratando-se de um serviço público, ele não é pago, mas muitos dos utentes do Centro de Saúde local renderam-se a um 'negócio' de consultas, que vale algumas centenas de euros por mês a quem o pratica. O processo é simples: por impossibilidade, comodismo ou para não pernoitar à porta do Centro de Saúde, e a fim de conseguir uma consulta para a manhã seguinte, muitos utentes deslocam-se na véspera, a partir do entardecer, à porta daquele Centro. Há quem chegue pouco depois das 19h00. Ali, alguém os espera com um bloco e uma caneta, onde os utentes vão sendo registados um a um, até atingir o número máximo de consultas dado por cada médico de família - na maioria dos casos varia entre as três e as seis consultas, excluindo as de marcação prévia. Em troca daquele 'serviço', o utente paga em euros, para que os 'guardiães e negociantes de consultas' - chamemos-lhes assim - guardem um lugar para a marcação do 'serviço' no dia seguinte. Quem 'fecha o negócio', já sabe ou é informado, que antes das 08h00 tem de estar à porta do Centro de Saúde, a fim de integrar o lugar na 'lista de espera' para a qual pagou. Como o Diário de Leiria constatou no local, um homem e uma mulher - ao que apurámos sem grau de parentesco e vizinhos no Bairro do Camarnal - são as pessoas que se 'prestam' a pernoitar em frente ao Centro de Saúde da Marinha Grande, mas… a troco, conforme testemunhámos, de cinco euros por utente. Indignação e revolta é o sentimento dominante na maioria dos utentes que se deslocam ao local. Apesar dos protestos, muitos rendem-se ao 'negócio'. Consideram que a saúde está em primeiro lugar e pagam para ter 'direito' a uma consulta no dia seguinte. "É uma vergonha", confidenciou no local uma utente ao nosso jornal, onde o sentimento de impotência para mudar a situação quase a fazia 'pagar' pelo 'serviço'. Eram cerca das 21h15, meia hora depois de chegarmos ao Centro de Saúde. A mesma utente desabava que estava ali para conseguir duas consultas para os pais, "pessoas já de idade e com problemas de saúde". "Não os posso trazer para aqui de madrugada", afirmou desalentada, adiantando que a situação "arrasta-se há mais de um ano". Inconformada, e não querendo render-se ao pagamento de um lugar na 'lista de espera', voltou para casa na certeza que voltaria mais tarde, neste caso, de madrugada, para tentar a sua sorte. Mas, insistiu, sem ter de pagar qualquer tostão. Minutos antes, uma outra utente foi confirmar no local, e com os referidos 'guardiães' de consultas, se o seu número se mantinha o quatro (4). A resposta foi positiva e lembraram-na que o procedimento era o habitual. Neste caso não se falou em euros, mas percebemos que o 'combinado' ditava o pagamento. Não foi preciso esperar muito tempo para presenciarmos ao 'fecho' de um dos 'negócios'. Um casal abeirou-se de um dos 'guardiães e vendedores de lugares', neste caso da mulher, e não hesitou em pagar cinco euros por um lugar na malfadada 'lista'. Aliás, pretendiam duas consultas. Foi-lhes dito que não havia problema porque eram o primeiros a 'marcar' para determinado médico, mas, neste caso, o negócio cifrava-se nos 10 euros. Mais cinco por uma segunda consulta. Concordaram, na promessa de pagar metade da quantia na manhã seguinte.

Sentimento de reprovação Enquanto permanecemos no local - até cerca das 23h00 - foi comum a presença de utentes, alguns para recolher informações sobre as 'listas de espera', outros por mera curiosidade, a maioria deles residentes na zona. Não hesitam em sentar-se junto dos 'guardiães e negociantes' de consultas, com quem conversam com naturalidade sobre o 'negócio' ali praticado. Alguns não concordam, contudo, encaram a situação com naturalidade e normalidade. Há também os que regateiam o número na referida 'lista'. Nestes casos, são 'velhos conhecidos' daquele 'ponto de encontro', onde também se confraterniza e há troca de opiniões. Sobre eles recai o olhar incrédulo e repugnante de quem passa pelo local para apenas saber quais os médicos que estão escalados para o dia seguinte, informação que está afixada na porta do Centro de Saúde. Conforme chegam, afastam-se repentinamente, com um 'ar' que denota um forte sentimento de reprovação por uma realidade que rejeitam compactuar. É o caso de Liliana Santos, utente do Centro de Saúde da Marinha Grande, cidade onde reside. O facto de não conseguir uma consulta por marcação prévia para a sua médica de família, levou a utente a questionar a direcção daquela unidade de saúde sobre a funcionalidade e qualidade dos serviços prestados. Conhecedora do 'negócio' que se desenrola diariamente à frente do Centro de Saúde local, Liliana Santos manifestou o seu descontentamento, por escrito e via e-mail, ao director daquela unidade de saúde, a quem colocou algumas questões. A resposta não tardou, e no que se refere à 'venda de lugares', Francisco Amaral, director daquela unidade de saúde, respondeu que "os utentes têm sido aconselhados a não pactuar com eventuais 'vendas' de consultas, tanto mais, que tal não se justifica tendo em atenção o sistema", sublinhou aquele responsável, referindo-se à existência de "dois tipos de marcação de consulta possíveis: a programada que poderá ser feita ao longo do mês; a destinada a situações mais urgentes que é feita no próprio dia". Francisco Amaral adiantou que "a marcação de consultas por telefone, apesar da escassez de pessoal administrativo, pode e deve ser feita, sempre que possível". Liliana Santos expôs igualmente as suas preocupações aos grupos parlamentares dos partidos com assento na Assembleia da República. Do PCP, pela voz de Bernardino Soares, obteve um sinal positivo. O deputado fez um requerimento no passado dia 27 de Julho ao presidente da Assembleia da República, onde pede resposta para as preocupações suscitadas pela utente, entre as quais, sobre "o modelo organizativo da marcação de consultas".

"Não é crime" Paralelamente, o Diário de Leiria tomou conhecimento que o 'negócio' da 'venda de consultas' não é crime. Instado a prenunciar-se sobre o caso, o Comando Distrital da PSP de Leiria, pela voz do comissário Rafael Marques, esclareceu que apenas tomou conhecimento da situação esta semana, sobre a qual "dificilmente haverá matéria criminal". "Não nos parece que seja crime, mas vamos identificar as pessoas, e, quanto muito, podemos informar o tribunal sobre a situação", sustentou aquele responsável. Rafael Marques adiantou que, até à data, "ninguém se queixou" às autoridades, situação confirmada por fonte da PSP da Marinha Grande, que esclareceu também só ter tido conhecimento do caso na corrente semana.Realidade de "vários anos" O coordenador da Sub-região de Saúde de Leiria, Jorge Silva Pereira, mostrou-se surpreendido com a situação apontada, da qual, afirma, apenas tomou conhecimento recentemente, após ter sido nomeado para o cargo que ocupa, cuja publicação em Diário da República se processou há cerca de uma semana. "Há preocupação da minha parte e um certo descontentamento, porque está em causa o bom-nome da instituição", afirmou. Jorge Silva Pereira adiantou que recolheu do director do Centro de Saúde da Marinha Grande "vária informação" sobre a 'venda' de lugares para consultas, confirmando ao nosso jornal que se trata de uma "realidade verídica", a qual "é comum há vários". Segundo o mesmo responsável, "anteriormente foram feitas várias diligências no sentido de pôr cobro à situação", esclarecendo que é sua intenção "acabar" com aquela realidade. "É uma situação 'arrastada' que representa para mim um desafio para a solucionar", o que deverá acontecer a partir de Setembro, esclareceu. "Irei debruçar-me para solucionar de vez a situação, mas não posso prometer que não volte a repetir-se", salientou Jorge Silva Pereira, considerando que "há problemas sociais que podem estar associados a este tipo de problemas". Em todo o caso, o coordenador da Sub-região de Saúde de Leiria sublinha que "os utentes têm acesso imediato no SAPE, onde estão permanentemente dois médicos", pelo que, "se houver uma situação de doença aguda ou mais simples, o SAPE é uma porta aberta durante 24 horas para assistir os doentes". Ou seja, para aquele responsável "não está em causa o serviço aos utentes", sublinhando que "20 por cento das consultas são pré-marcadas, o que representa cerca de 6.000". Em todo o caso, Jorge Silva Pereira admitiu a "carência de recursos humanos" no Centro de Saúde da Marinha Grande, o que se traduz numa média de "7,3 atendimentos por hora, o que pode resultar em desfavor da qualidade". O médico confirmou ainda o "atraso entre um a dois meses" das consultas pré marcadas, sublinhando, contudo, que se trata de um problema funcional, aliado aos "utilizadores excessivos, que vão, digamos, roubar lugar aos outros", justificou. O Centro de Saúde da Marinha Grande tem 35.000 utentes, os quais são assistidos por 35 médicos, 25 enfermeiros e 33 administrativos.


In "Diário de Leiria"

quarta-feira, agosto 17, 2005

Circuito Permanente de Desporto Motorizado

O Concelho da Marinha Grande pode aproveitar a oportunidade da não existência de qualquer infra-estrutura do género num raio de mais 100 kms e que tem potencialidades para constituir um pólo de atracção turística activo durante os 12 meses no ano, que para além de dar ao Concelho outra visibilidade traga consigo gente que possa animar a actividade comercial local.
As colectividades da região ligadas ao desporto motorizado e ao moto-turismo gostariam de ter outras actividades ao longo do ano e estão condicionados à falta de infra-estruturas adequadas.

A actividade desportiva ligada ao desporto automóvel é potencialmente geradora de uma actividade económica, sobretudo ligada ao comércio e aos serviços mas também pode ser geradora de actividade industrial que poderá assentar na inovação.

O projecto pode também contribuir para uma melhor formação cívica e técnica dos condutores pois passarão a dispor de condições onde possam experimentar toda a adrenalina da velocidade e da condução com segurança sem colocar em risco a vida de todos quanto utilizam as estradas.

É neste sentido que é proposto a instalação de um Parque Desportivo vedado, constituído por um conjunto de infra-estruturas desportivas destinadas aos desportos motorizados, onde se possam praticar várias modalidades, como por exemplo arranque e velocidade, em alcatrão e terra, pista de "slide", pista de todo o terreno para jipes, motos, moto-quatro e onde se pudessem realizar Festivais, Concentrações de automóveis e motos e que possa servir de apoio ao moto-turismo, uma modalidade cada vez com mais adeptos.

As diferentes pistas teriam todo um complexo logístico de apoio, comum, constituído por "Boxes", posto de socorro, e restante estrutura técnica de apoio. A infra-estrutura ficaria completa com bancada para o público, restauração, área social, comercial e parque de estacionamento.

A participação da Autarquia no projecto pela sua contribuição para a disponibilização do espaço adequado, com todo o processo burocrático que existe para disponibilização dos terrenos, no anteprojecto do Parque de acordo com as normas de segurança da FIA e da FIM para as diferentes actividades, na conjugação das entidades que formariam o consórcio que ficaria responsável pela gestão do Parque e no licenciamento da obra. A Autarquia não participaria na gestão do empreendimento, nem a sua intervenção deverá ir para alem da já mencionada.
Outra solução seria a concessão mediante um caderno de encargos e válido por um prazo de tempo. Os clubes do concelho teriam uma participação, no mínimo de 5% no capital.

As oportunidades não batem à porta duas vezes, ou se agarram com firmeza e determinação, ou para sempre se perdem.
O futuro não espera por nós!

sexta-feira, agosto 05, 2005

Dor

O último estudo sobre as florestas portuguesas realizado por uma entidade estatal remonta a 1972. Alguns dos que escrevem neste blog, ainda não eram nascidos.
Portugal está a extinguir a sua reserva florestal, a imolá-la pelo fogo e pela incompetência. Há uma semana que o ar está irrespirável em Lisboa. A juntar à poluição e ao calor abrasador, a cinza cai como neve sobre os carros e as mesas das esplanadas, tornando a vida insuportável. As pessoas abanam com a cabeça resignadas enquanto ouvem dizer que agora é em Mafra, agora é na Malveira, agora é na Arrábida. Quem é de fora diz que lhe arderam uns pinhais nas Beiras, na Serra, na terra. Eu não tenho pinhais, tenho o pinhal da minha terra que já pertenceu ao rei, ao Marquês e à fábrica. Hoje é de todos nós e se ele um dia se extinguir, como se de uma espécie de ser verde se tratasse, parte de mim vai com ele.
Está na altura de os amigos do pinhal se organizarem e em conjunto com as entidades competentes começarem a agir. A Circunscrição Florestal, o vestígio de um passado onde a floresta ainda contava alguma coisa, passou à história. Talvez fosse interessante redesenhar o mapa das florestas protuguesas para que o Pinhal de Leiria voltasse a ser uma competência nossa. Talvez ele possa ser classificado área protegida, parque natural, reserva de oxigénio. Talvez se possa fazer alguma coisa. Enquanto é tempo.

quinta-feira, agosto 04, 2005

Politica Ambiental

Estamos em plena época balnear. Em algumas praias de Portugal, da Europa e do Mundo já estão içadas as bandeiras que comprovam a sua qualidade, segurança e acessibilidades. Na Marinha Grande não.
Para merecer este galardão, atribuído pela FEE - (Fundação para a Educação Ambiental), uma ONG para o Ambiente sediada na Dinamarca, a praia deve cumprir escrupulosamente 27 critérios. Critérios que não passam apenas pela qualidade das águas, mas também pela limpeza das areias, instalações sanitárias, segurança e vigilância, acessos (deficientes incluídos), entre outros. A Bandeira Azul, o galardão de que vos falo, é atribuído por uma instituição supra-nacional isenta, independente e sem ligações a governos, partidos ou grupos económicos. As análises e testes feitos periodicamente a águas e areias são realizados sempre por entidades nacionais, com capacidade reguladora e muita experiência como é o caso do INAG. Entidades que estarão acima de qualquer suspeita.
Não obstante tudo isto vemos, ano após ano, a procissão de caciques que apregoam terem sido desfavorecidos. Presidentes de Câmara e vereadores que contestam o árbitro como se de um jogo de Futebol da Segunda Divisão da Zona Norte se tratasse. Digo Zona Norte, porque a sua verborreia me faz lembrar os Valentins, as Felgueiras e os Ferreira Torres da vida.
Este comportamento típico de quem quer sacudir a água do capote, encobre muitas vezes, mandatos inteiros de inoperância e desleixo. Mesmo nos casos em que isto não acontece, como na Marinha, subestima-se e desvaloriza-se a bel-prazer como se todos nós fôssemos uma cambada de burros. Em concelhos aqui bem perto há praias com Bandeira Azul. No mínimo é de acreditar que estas praias sejam referênciadas nos bons roteiros turísticos da Europa. E os Europeus têm destas coisas, gostam de qualidade.
Pois, mas as águas balneares da Praia da Vieira não têm qualidade suficiente para galardão algum. Os seus índices de poluição fecal, proveniente do rio, são mesmo uma ameaça para os banhistas. Aos mais ignorantes, pode parecer folclore de país rico, mas interditar por motivos de saúde pública merece reflexão, nunca contestação e mau perder. Mas a Marinha contestou, alegou, insinuou e depois desvalorizou, várias vezes e nem sempre por esta ordem. A não atribuição de uma Bandeira Azul nem sempre significa que esta é imprópria, apenas que não cumpre todos os requisitos para receber uma distinção. No caso da Vieira é mais grave, a água está contaminada. Os vieirenses, que não têm culpa nenhuma, mereciam mais. Mereciam esclarecimento, não desinformação. Reconhecimento e não a desvalorização de um problema que os afecta. Logo eles que são o nosso povo do mar! Merecem soluções e não guerras vãs. A Câmara Municipal da Marinha Grande, em total desacordo com os critérios da Bandeira Azul e em solidariedade com a Vieira e com o Status Quo, decidiu não candidatar a outra praia, por sinal com qualidade, S. Pedro de Moel. À falta de argumentos, nivelou-se a coisa por baixo.
Esta ONG de que vos falei, também atribui outro galardão no âmbito do seu trabalho pró educação ambiental. Trata-se de um galardão que devia ser motivo de orgulho para os marinhenses. Uma designação atribuída a instituições de ensino básico e pré-escolar, que se distinguem pelas suas iniciativas de educação ambiental. As "Eco-Escolas" da Marinha Grande são um exemplo de curiosidade e interesse dos nossos miúdos pelo meio-ambiente.
E perguntam os senhores políticos, que não dedicaram uma linha a este tema no vosso programa eleitoral: Foram os critérios e a isenção da tal ONG que mudaram para sermos tão bons? Não. O que mudou foram os intervenientes. Em termos ambientais, na Marinha, os maus exemplos vêm de cima. Os bons, de miúdos de palmo e meio. É giro não é?

quarta-feira, agosto 03, 2005

Carta aberta ao Ministério da Saúde

Parece que a iniciativa da Liliana começa adar resultado

“Exmos. Senhores,

O meu nome é Liliana de Sousa dos Santos e sou habitante da Marinha Grande, uma cidade com mais de 30.000 habitantes, cuja caracterização a nível de Saúde e do seu posto médico poderão confirmar na página
Centro de Saúde da Marinha Grande
A razão que me leva a escrever a V. Exas. é o facto de numa cidade como a nossa não existirem os serviços mínimos em funcionamento como por exemplo, um aparelho de raio X, o qual obriga a enviar os utentes ao Hospital Santo André em Leiria para serem radiografados, sobrecarregando os serviços de Urgência.
A segunda razão pela qual me dirijo a V. Exas. é para procurar uma resposta e uma solução para aquilo que acontece diariamente e, há já vários anos no nosso Posto Médico: as pessoas vão cada vez mais cedo para conseguirem uma consulta, inclusivamente vão para lá dormir! A foto foi tirada hoje (26 Julho) pelas 19:09 H. Para mim é inconcebivel que num país da Comunidade Europeia sejam marcadas as consultas para o médico de família desta forma! Não consigo perceber por que razão todos sem excepção fecham os olhos e encolhem os ombros a esta situação! Mais grave se torna, porque algumas pessoas que lá se encontram fizeram da marcação de consultas um modo de vida: guardam a vez para o médico e vendem a quem lhas comprar e o que é certo é que têm compradores!
Eu considero esta situação extremamente grave, e mais grave ainda por não ver vontade política para resolver este assunto, que se arrasta e piora de ano para ano!
Como contribuinte para a Segurança Social não tolero que os meus descontos sejam tão mal geridos e que as pessoas à frente dos lugares de responsabilidade não resolvam problemas tão sérios como este.
Fico a aguardar um comentário da parte de V. Exas., agradecendo desde já o vosso esforço para resolver de vez esta situação.”


Enviei esta carta para os responsáveis da Saúde da Mª Grande , de Leiria, para o Governo Civil e com cópia para todos os jornais dos quais encontrei contacto, televisão e para os grupos parlamentares da Assembleia da República.
Como já tinha referido, 3 partidos políticos - BE, PCP e PSD - responderam e agora uma jornalista do jornal "O Independente" contactou-me para falar sobre este assunto.
Ora como eu acho que este é um problema nosso e não é só meu, acho que não devemos deixar fugir esta oportunidade, já que se começaram a agitar as àguas. Ajudem-me a ajudar-nos! Vamos iniciar uma campanha para mudar isto. Que tal irmos passando quando calha durante a noite frente ao posto médico fazer a "contagem" e documentar com fotos se possível para termos provas; mais pessoas enviarem as mesmas queixas para tudo quanto é comunicação social, partidos políticos, dirigentes da Saúde, Presidente da República, União Europeia, vale tudo nesta guerra contra o péssimo serviço público na Saúde.
Temos é de ter provas se não acontece como aqui há algum tempo que um utente de Alcobaça apareceu na televisão com a mesma queixa e quando os jornalistas foram ao posto médico havia vagas para toda a gente, havia médicos sem doentes e era tudo um paraíso!
Primeiro tratem-nos da Saúde, e depois que venha o TGV, a Ota o que seja!
Posso contar convosco?

Liliana

terça-feira, agosto 02, 2005

CHEIO...

Entro no blog de candidatura do PS da Marinha às autárquicas é riu-me, de seguida fico triste... Como é que conseguem dizer tantas asneiras? Tanta coisa que não interessa? Há tanta falta de profissionalismo, olhar para aquilo dá-me vontade de fugir, para bem longe, porque tenho medo! Senhores preocupem-se em olhar para vocês e não falar dos outros, ou melhor olhar para nós (cidadãos comuns), parece que se preocupam com tudo menos com o que realmente interessa.Gostam do Bambi? Pois, bem podem agradecer a quem lhe pôs as mãos depois de vocês, o desastre foi bem evitado. Os candidatos do passado? O PS, o que é? É diferente dos outros? Credo, tanta asneira... Li as entrevistas dos candidatos, e sinceramente, o candidato do CDS/PP foi o que mais me agradou, diferenciou-se pelo bom senso, pela humildade, e pela boa vontade que demonstra ter, pena é que isto não o torna poderoso, falta-lhe também qualquer coisa que transmita maior confiança... A humildade é normalmente característica dos mais pequenos, é pena. Também me dizem que o CDS é isto e aquilo, direita e tal... Eu não sei o que é isso... “direita e tal” Sei aquilo que vejo das pessoas, isso é que interessa! Além disso, estes pequenos ainda têm que lutar contra uma população que vota, muitos deles sem saber o nome dos candidatos, mas não há nada a fazer, as pessoas são dos partidos como são de um clube de futebol, são e não interessa muito mais. Irrita-me ter que olhar para aqueles posters gigantes com uma frasezita chapada ao lado, futuro? Que futuro? Que se tem feito por cá, evoluir ou regredir? Tenham vergonha e parem com essas campanhas farsolas! Irritam-me! Talvez mesmo o melhor voto seja o branco, eu não queria, mas não vejo soluções. Não gosto desta política, nem destes políticos. Não tenho culpa.