quinta-feira, agosto 04, 2005

Politica Ambiental

Estamos em plena época balnear. Em algumas praias de Portugal, da Europa e do Mundo já estão içadas as bandeiras que comprovam a sua qualidade, segurança e acessibilidades. Na Marinha Grande não.
Para merecer este galardão, atribuído pela FEE - (Fundação para a Educação Ambiental), uma ONG para o Ambiente sediada na Dinamarca, a praia deve cumprir escrupulosamente 27 critérios. Critérios que não passam apenas pela qualidade das águas, mas também pela limpeza das areias, instalações sanitárias, segurança e vigilância, acessos (deficientes incluídos), entre outros. A Bandeira Azul, o galardão de que vos falo, é atribuído por uma instituição supra-nacional isenta, independente e sem ligações a governos, partidos ou grupos económicos. As análises e testes feitos periodicamente a águas e areias são realizados sempre por entidades nacionais, com capacidade reguladora e muita experiência como é o caso do INAG. Entidades que estarão acima de qualquer suspeita.
Não obstante tudo isto vemos, ano após ano, a procissão de caciques que apregoam terem sido desfavorecidos. Presidentes de Câmara e vereadores que contestam o árbitro como se de um jogo de Futebol da Segunda Divisão da Zona Norte se tratasse. Digo Zona Norte, porque a sua verborreia me faz lembrar os Valentins, as Felgueiras e os Ferreira Torres da vida.
Este comportamento típico de quem quer sacudir a água do capote, encobre muitas vezes, mandatos inteiros de inoperância e desleixo. Mesmo nos casos em que isto não acontece, como na Marinha, subestima-se e desvaloriza-se a bel-prazer como se todos nós fôssemos uma cambada de burros. Em concelhos aqui bem perto há praias com Bandeira Azul. No mínimo é de acreditar que estas praias sejam referênciadas nos bons roteiros turísticos da Europa. E os Europeus têm destas coisas, gostam de qualidade.
Pois, mas as águas balneares da Praia da Vieira não têm qualidade suficiente para galardão algum. Os seus índices de poluição fecal, proveniente do rio, são mesmo uma ameaça para os banhistas. Aos mais ignorantes, pode parecer folclore de país rico, mas interditar por motivos de saúde pública merece reflexão, nunca contestação e mau perder. Mas a Marinha contestou, alegou, insinuou e depois desvalorizou, várias vezes e nem sempre por esta ordem. A não atribuição de uma Bandeira Azul nem sempre significa que esta é imprópria, apenas que não cumpre todos os requisitos para receber uma distinção. No caso da Vieira é mais grave, a água está contaminada. Os vieirenses, que não têm culpa nenhuma, mereciam mais. Mereciam esclarecimento, não desinformação. Reconhecimento e não a desvalorização de um problema que os afecta. Logo eles que são o nosso povo do mar! Merecem soluções e não guerras vãs. A Câmara Municipal da Marinha Grande, em total desacordo com os critérios da Bandeira Azul e em solidariedade com a Vieira e com o Status Quo, decidiu não candidatar a outra praia, por sinal com qualidade, S. Pedro de Moel. À falta de argumentos, nivelou-se a coisa por baixo.
Esta ONG de que vos falei, também atribui outro galardão no âmbito do seu trabalho pró educação ambiental. Trata-se de um galardão que devia ser motivo de orgulho para os marinhenses. Uma designação atribuída a instituições de ensino básico e pré-escolar, que se distinguem pelas suas iniciativas de educação ambiental. As "Eco-Escolas" da Marinha Grande são um exemplo de curiosidade e interesse dos nossos miúdos pelo meio-ambiente.
E perguntam os senhores políticos, que não dedicaram uma linha a este tema no vosso programa eleitoral: Foram os critérios e a isenção da tal ONG que mudaram para sermos tão bons? Não. O que mudou foram os intervenientes. Em termos ambientais, na Marinha, os maus exemplos vêm de cima. Os bons, de miúdos de palmo e meio. É giro não é?

4 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Isso que o senhor diz sobre a poluição da agua até pode ter razão, mas que a Nossa Senhora das Aguas também faz muitos milagres, isso faz.

11:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Eu só me consigo lembrar de ver na televisão uma série de pessoas a tomar banho na praia da Vieira quando esta estava interdita devido à elevada concentração de coliformes na água.
Diziam que a água estava boa, não se via poluição nenhuma e que era má vontade das autoridades.
Nem sequer sabiam o que era contaminação por coliformes….
É por causa desta ignorância da população que se vai ficando na mesma.
Se naquele caso extremo estava tudo bem porque é que o município haveria de fazer melhorias??

11:57 da tarde  
Blogger Bruno Monteiro said...

A água no Verão e o resto da cidade todo o ano, aqui à tempos fiz um post acerca da poluição na Marinha Grande, deve ser a cidade que mais poluição tem em relação a sua proporção. No post falei do caso Barbosa & Almeida, mas aquilo até passou um bocado ao lado... Hoje olhei para o céu e lembrei-me do fim de tudo... Fumo das chaminés, preto... mesmo preto, fumo dos incêndios com restos de qualquer coisa queimada que não pararam de voar durante o dia todo, o caos.
As praias, a água não sei o que será delas.

12:30 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

sobre o problema da poluição da ribeira dos Milagres vejam www.leiriaemcuecas.blogspot.com

5:45 da tarde  

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