quinta-feira, julho 07, 2005

Está aberta a discussão sobre o futuro do Teatro Stephens

A pedido de vários intervenientes neste blog abro aqui um novo espaço de discussão. O velho Teatro Stephens precisa de ser remodelado, não há dúvida. Mas há muitas formas de o fazer. Transformá-lo num auditório (cine-teatro), com cerca de 250 lugares é a proposta da Câmara. Esta proposta prevê ainda o fim do balcão e a mudança de quase toda a estrutura interior. Esta solução descaracteriza em muito a arquitectura original, mas o edifício também não tem um valor arquitectónico assim tão grande.
Mais do que a mudança de estrutura, preocupa-me o facto da remodelação não ter em conta muitas das características necessárias à realização de certos espectáculos, o que os afastará, irremediavelmente, da Marinha Grande.

Está aberta a discussão.

16 Comments:

Blogger carlos said...

Discussão importante.
Espero e sugiro (porque ainda vamos a tempo) que tenham a preocupação de fazer um projecto polivalente, que acolha convenientemente uma série de formas artísticas. É que ainda vamos a tempo.

3:13 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Boas,

Eu penso que refazer o teatro, é uma necessidade, mas manter a arquitectura, também importante, apesar de não ser propriamente bonito, é a historia da marinha..
Mas um cinema, ao estilo dos do castelo lopes, chegava, mas o ideial era manter a ideia original de sala de teatro, mas tambem ficava bem, um bar, restaurante, com esplanada, para aquela especie de lado.. Porque para mim, a EPAMG, é que é uma aberração, é o espaço mais mal aproveitado da marinha, ali sim ficava uma bela sala de teatro, com todas as condições,e no velho teatro, um cinema..

um abraço,

João.

4:24 da tarde  
Blogger Bruno Monteiro said...

Segundo sei, o projecto para o novo Teatro tem limitações. São basicamente aquelas que estão escritas neste post... Ou seja, alguns espectáculos, por razões estruturais de palco, não se vão puder realizar, por exemplo uma orquestra um pouco mais numerosa não tem condições para lá actuar... Isto sei, segundo fontes não oficiosas.
Não tínhamos nada, e o facto de se falar num Teatro moderno, já me alegra um pouco...
250 lugares é um bom número (nas minhas contas), mas lá está, ou se fazem espectáculos que não movimentem muita gente, ou a maior parte fica na rua... Porque depois já não há mais nada. Em relação à arquitectura... Confesso que não entendo muito disso, mas expliquem-me vocês, aquilo tem algum valor? Sinceramente não me salta nada à vista. Que venha o cine-teatro, novo! Já está mais que na hora.

6:54 da tarde  
Blogger Cão com Pulgas said...

Se querem que vos diga, pouco importa aqui a relevância do Teatro Stephens na arquitectura portuguesa. Para mim, o facto de estar enquadrado na traça pombalina do centro histórico, é suficiente para manter o edifício. Naquele espaço só concebo uma coisa. Uma sala de espectáculos. Nesta perspectiva, acho da maior importância preservar os interiores. Primeiro porque representam o estilo de uma época, por outro, porque diginificam com o seu glamour qualquer actividade lá realizada. Vejo o Teatro Stephens como uma excelente sala para o Teatro, partindo do princípio que o Teatro na Marinha é para ser apoiado. Mas consigo imaginar lá uma orquestra ou uma boa banda de Jazz. Acredito que para os artistas, tocar numa sala como o Stephens seja um privilégio. Lembro-me dos rasgados elogios do José Mario Branco quando lá interpretou em 82 o FMI. Se o Stephens não for rentável, mesmo assim, não vejo inconveniente em converter parte da sua arquitectura num restaurante, desde que no essencial se mantenham e melhorem as condições para a exibição pública de espectáculos. Melhore-se a acústica do auditório, recupere-se a Art Deco das entradas e escadarias e teremos uma das mais belas salas de espectáculos da região centro.

10:27 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Na minha opinião deverá ser recuperado na sua traça original e receber o tipo de espectáculos para as quais tenha capacidade, ser usado por exemplo pelas escolas de música do concelho; como complemento ao Museu do Vidro. No entanto, não é suficente: temos necessidade de uma estrutura nova de raíz para um cinema com isolamento do ruido exterior (pormenor que também não deve ser esquecido na recuperação do Teatro Stephens) e um auditório capaz de receber espectáculos de música, dança, ópera, teatro, etc. etc. etc.

1:03 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

- Ora bem, fica assim: os exteriores recuperados. (penso que isso seja um ponto assente e já devidamente digerido. Atenção para depois não se enganarem e deitarem-nos abaixo, sem querer). Bom, quanto ao interior que é pequeno, segundo dizem, para um teatro, pode ficar um auditório para música ao vivo. (jazz, jazz e…, ok! Pronto, todas as sensibilidades musicais são bem vindas).
- Não podemos esquecer que mesmo em frente, do outro lado da rua está um edifício que convém igualmente preservar e que irá albergar segundo dizem entre outras coisas, umas tantas caixas de cinema, portanto para o Teatro Stephens uma coisa simples, prática e com a capacidade de nos devolver uma boa sonoridade.
- Já agora não me façam lá mais um elefante branco, (chega-me o futuro? mercado municipal e o edifício que o alberga).
- E vamos ter juizinho: progredir sim, não á custa do passado, mas honrando aqueles que com sacrifício lutaram para nos proporcionarem o presente. (fazer história respeitando-a).

@ marginal
(sem blog, dou a minha colaboração no Rua Central)

8:44 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

O Teatro Stephens pode não ser muito antigo, mas se o mandarem abaixo aí é que ele não tem possibilidades de ser considerado antigo ( como a igreja velha, que eu nunca conheci, mas conheço a igreja recente). Pelo menos o nosso teatro faz parte da riqueza desta terra. Portanto façam o que for preciso para manter a traça original e mantenham-no aberto para espectáculos apropriados ao espaço. Se só couberem 1oo pessoas então ponham os espectáculos a decorrer durante uma semana, e assim todos têm oportunidade de ver.
Agora estão a esquecer-se de um pormenor, não vale a pena fazer nada enquanto não tirarem a estrada que passa mesmo ao seu lado.
Quanto ao cinema, sim, é urgente construir um espaço de raiz, com mais do que uma sala, e devidamente equipado.

9:58 da tarde  
Blogger Bruno Monteiro said...

Essa dos espectáculos decorrerem durante a semana, não tem muita lógica... É dificil fazer um espectáculo, quanto mais pagar 5 ou 6 ao mesmo artista, é impossivel. Isso faz-se em algumas peças de teatro, em Lisboa, mais nada.

10:52 da manhã  
Blogger Unknown said...

Se é melhor requalificar ou reconstruir não sei, sinceramente... não é o meu ramo.
O que sei é da urgência com que o assunto deve ser tratado.
Não queria entrar na conversa do "isto é uma vergonha" mas acho muito triste que a Marinha Grande não tenha um sitio para se ver um filme decentemente, ou assistir a um espectáculo. Em algumas cidades, ja excluindo Lisboa/Porto, já existem várias salas de cinema. Há oferta!
A Marinha Grande é 0.
Até Pombal e Ourém já têm muito mais movimento que a Marinha, já têm condições para receber uma peça de teatro, ou um "Levanta-te e ri" ou um "Gato fedorento".

Interrogo-me como é que a câmara PS em 12 anos de mandato não pensou em remodelar ou adaptar o Teatro Stephens aos novos tempos.
Da que pensar. Aquilo já era mau há 12 anos atrás, já o José Lucio da Silva era muito à frente. E sem evolução em 12 anos...

6:09 da manhã  
Blogger ++!++ said...

"O velho Teatro Stephens precisa de ser remodelado, não há dúvida."

Há dúvidas sim Senhor !

1º Cultura não é lazer.

2º As empresas privadas de lazer já nos dão lindos e modernos edificios de cine-teatro com meninas imberbes a vender pop-korns e coca-colas ..e como sabe já a +- 8 km da Marinha estão a ser construidos várias salas com esse fim...temos que ter também uma ? à custa do dinheirinho publico só por uma questao de orgulho municipal ? ?

3º Cada vez mais se compram votos assim....com despesismos e sem finalidades objectivas e concretas pré-definidas...

5º Já estou a vêr o cine-teatro todo renovado, novinho em folha...e depois? pedimos à câmaras que realmente apostam na cultura que nos emprestem alguma ? Para montras já me basta a televisão.
Ou então centralizamos no edificio as actividades culturais das principais colectividades da Marinha....promovendo assim o levantamento da imperial, e o lançamento do tremoço...

6º Pelo que conheço da verdadeira realidade cultural da Marinha Grande é que quem realmente se interessa pela arte neste município (actores, músicos, cineastas, pintores, escultores, mestre do vidro, etc.) esconde-se ou foge desta terrinha à primeira oportunidade.... Porque será?

8º O cine-teatro é caduco... deve existir sim um edificio que realmente sirva os artistas ---e nunca o contrário !...Não confundir a obra prima do mestre com a prima do mestre de obras.

6:20 da manhã  
Blogger Cão com Pulgas said...

Se mandarem abaixo, pelo menos mantenham a fachada. Para aberrações já bastam as que temos.
Se mantiverem a fachada, mantenham o estatuto de utilidade pública do imóvel, (ter ali um blocozinho de apartamentos de luxo seria uma delícia para o empreiteiro, mas não me parece decente).
Se fizerem uma zona de serviços, que sirvam o municipio.
Se não fizerem nada, aquilo cai.

9:16 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Gulbenkian...esse grande Marinhense !

11:29 da tarde  
Blogger carlos said...

Ó Quim, assim não se anda! Se podemos ter um auditório digno é de o fazer, hoje em dia o nosso meio, como falas, é o país, qualquer dia somos subúrbio de Lisboa. Temos de acolher todo o tipo de coisas sim, e não é preciso obras faraónicas.

12:47 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Mantenham a fachada! o resto façam tudo de novo! quanto ao resto...programas? Fonix! É só darem tempo ao lobo mau que ele faz-lhes 300 mil programas para usar aquele espaço! Festivais de filmes de terror, festivais de filmes portugueses, semanas de realizadores, amostras de arte nos corredores, concertos de bandas da zona, concertos de bandas portuguesas, festivais de música, filmes actuais que passam semanalmente..claro!(escusávamos de ir a Leiria) Filmes para os putos de manhã, festivais de clássicos(tipo: uma semana anos 80, outra anos 70, outra anos 60, etc..) queria ver o pessoal a não ir ao Cinema...Queimava-os! É lógico que os bilhetes não podiam ser ao preço dos chulos de Lisboa (cabrões! 5 euros e vinte para ver o Batman Begin! um pontapé nos tomates é o que eles mereciam!)aqui o pessoal trabalha! Butes lá! Eu dou o meu contributo de graça! Adoro cinema!

12:55 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

tou contigo, lobo mau...
ñ é o facto de ter ideias... Dá muito trabalho é a organizar!!! É como tu dizes,"aqui o pessoal trabalha!", mas infelizmente, para nascer uma ideia, para tornar realidade o que já foi um sonho... Quantos bolsos é que temos de encher?????

9:54 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Tenho seguido com atenção a discussão sobre o futuro do Teatro Stephens e parece pacifico que:

- A Marinha Grande necessita de um teatro com condições técnicas, acusticas e de sonorização, onde possa actuar uma orquestra, uma banda de jazz, peças de teatro e mesmo como simples auditorio.

- Fica também demonstrada a necessidade de um cinema que deveria ser construido de raiz e que seria de todo o interesse que pudesse ter mais de uma sala.

- Fica também esclarecido que a opinião geral é que se deverá manter a traça arquitectonica do Teatro Stephens e criar alguns serviços de apoio.

- Foi também focado a necessidade da insonorização do edificio e também o fechar ao transito a estrada que lhe passa em frente, transformando-a num espaço pedonal.

- Relembro as palavras ditas numa intervenção anterior que considero de profundo bom senso e que transcrevo " progredir sim não à custa do passado, mas honrando aqueles que com sacrifico lutaram para proporcionarem o presente. Saibamos pois preservar a herança que recebemos e dignificá-la para que os nossos vindouros também dela possam usufruir."

Acrescento ao que foi dito:
o velhinho Teatro Stephens tem de ser a casa da cultura da Marinha Grande e na sua renovação esta necessidade tem que estar presente.

A Cultura não pode ser um mero objecto de propaganda, tem que ter corpo, espirito e rosto proprio.

Se houver infra-estruturas adequadas todos ganharão com isso, a população que poderá disfrutar de boas condições para apreciar um espectáculo e o meio artistico que vê nascer um leque de oportunidades.

Não posso concordar que este espaço ilustre se torne um complemento do Museu do Vidro, para além de estarmos em presença daquilo que seria mais um elefante branco a juntar à manada que esperamos que não cresça mais.

9:41 da tarde  

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