quinta-feira, outubro 06, 2005

Apreensivo


Acabei de ler uma notícia na “Tribuna da Marinha Grande” que me deixou triplamente preocupado. A peça jornalística fala numa alegada contaminação dos terrenos do Parque Urbano da Cerca com metais pesados, casos de chumbo e arsénio, um facto que me deixa apreensivo. A escolha do momento para tornar públicas as análises (a três dias da eleições), ainda mais quando a iniciativa partiu de um deputado municipal do PSD (Pedro Silva), também me deixa deveras preocupado. Mas a resposta da Câmara ainda me deixou mais apreensivo. A autarquia mostrou uma atitude de menosprezo pela situação, pelo menos a julgar pelo teor da escrita da jornalista, e limitou-se a dizer que “as questões colocadas estão inseridas no âmbito da campanha eleitoral da CDU.
O cenário é preocupante. Mesmo que os valores da presença de metais pesados referidos na notícia não sejam verdadeiros, o mal está feito. E o parque pode ficar às moscas. A próxima Câmara, seja ela PS, CDU, PSD, CDS ou BE, tem que realizar novas análises de uma forma independente e torná-las públicas. Caso os valores se confirmem, os responsáveis por esta negligência têm muito a explicar. Se o contrário acontecer, a administração da Mortensen, o seu advogado, e Pedro Silva devem ser responsabilizados pela mentira.

9 Comments:

Blogger Praça Stephens said...

Já tardava uma notícia assim em cima de um acto eleitoral, mas é o país e a oposição que temos.
1º - A zona do parque da cerca era uma antiga zona de hortas dos trabalhadores vidreiros;
2º - Há uns meses os Mortensens queriam extorquir da câmara milhares de contos para tirarem os depósitos de combustivel que está em terreno que não lhes pertence
3º - como a câmara não foi na agiotagem fizeram ameaças de contaminação dos terrenos da fábrica, repito, da fábrica;
4º - Se há análises desde Maio porque é que o sr Pedro Silva não as entregou à câmara e à autoridade de saúde ? Não tinha outro caminho a seguir
5º - Infelizmente, por causa de uma eleições, para esta gente vale tudo. Meus Deus, há mais vida para além de umas eleições. Vivemos mesmo numa choldra

1:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Olhe, é so pra dizer que eu não contaminei coisa nenhuma, ouviram? Não quero o meu bom nome sujo aqui na praça publica. Bons dias.

9:51 da tarde  
Blogger ++!++ said...

...de maneira que é assim

Observador:

1. O PS (re)conhece a notícia e portanto o risco.

2. Não negou nem a notícia nem o risco.

Em que é que ficamos Observador?

CEGOS ?

10:54 da tarde  
Blogger ++!++ said...

A Saude Publica é um assunto demasiado sério para ser reduzido a discussóes de timing político.

10:07 da tarde  
Blogger ++!++ said...

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Caro Observador,

Eu só vejo duas verdades possíveis:

a) Se é verdade: Direi obrigado ao Pedro Silva independentemente do timing (esse será julgado pela sua própria consciência);

b) Se é mentira : É bom que se faça justiça nos tribunais.

Parece-me que o Observador vê apenas uma verdade possível:
O Pedro Silva deverá ser sempre condenado: ou por omissão temporária, ou por mentira.

Pelos vistos a humildade a que se refere leva-o a condenar sempre o Pedro Silva. Parece-me que acabou de cair numa teia política ("montada como um véu à espera de quem o use") pelo PS.

Lamento mas infelismente se olharmos com essa humildade os Pedros Silvas deste mundo garanto-lhe que deixará de os haver muito rapidamente e quem acabará por ficar condenado seremos todos nós.

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Enquanto eleitor acredito que na política só poderá haver um prisma:o do Bem Comum.

Mas sei (e lamento) que muito jornalismo político gosta de defender as "várias verdades" ou "os vários prismas" como forma de agradar a um leque mais alargado do clientelismo partidário aumentando o conteúdo da "novela" conseguindo mais vendas e mais lucros.

Concluindo, o jornalismo está a ser substituido pelo "negócio de conteúdos".

Portanto, nesta sociedade em que o económico se sobrepõe cada vez mais ao social deveremos ter o cuidado de ser mais exigentes e ir ao essencial da questão:

1. O PS (re)conheceu no seu post a notícia e portanto o risco.

2. Não negou nem a notícia nem o risco.

Em que é que ficamos PS?

10:02 da tarde  
Blogger ++!++ said...

OK. Estou esclarecido.

9:10 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

A conivencia através do silencio é ultrajante.

Raios me parta se eu fosse Padre e em confissão ouvisse um individuo que matou a mae ou o pai ou outro ser humano ou abusasse sexualmente de uma criança, se o silencio me fosse imposto por alguma obrigação deontologica, na denuncia desse acto. Raios me parta se eu fosse advogado e um meu cliente me confessasse o seu crime se havia alguma imposição que me obrigasse a defende-lo e depois de renunciar á sua defesa houvesse alguma obrigação deontologica que me obrigasse a permanecer calado.

O silencio nestes casos faria de mim também...um criminoso não pelos crimes já cometidos por essas bestas mas pelos que permitiria virem a acontecer.

Raios me parta se eu fosse engenheiro ambiental e face a uma qualquer duvida de um atentado à saude publica alguma obrigação deontologica me obrigasse a silenciar.Raios me parta se eu fosse politico guardasse um segredo que atempadamente pudesse evitar que se gastassem milhares de contos num qualquer empreendimento sem que as duvidas estivessem devidamente esclarecidas.
Raios me parta se eu ficava calado sabendo um resultado de umas analises com os resultados mesmo que fossem eles duvidosos a um terreno onde EU soubesse que estava a ser edificado um lugar de lazer maioritariamente para as crianças poderem brincar.

Na duvida tudo faria, atempadamente, para o apuramento da verdade.
Na duvida o mais grave não é abrir a boca é o SILENCIO.

5:47 da manhã  
Blogger ++!++ said...

Luís,

O mundo não é tão mau como parece...

...e não vale a pena atirar tantas pedras....ofuscam a razão e semeiam o ódio...

e o ódio...gera as causas daquilo que condena.

11:38 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Sou nova na cidade da Marinha e quero apenas felicitar pelo blog que considero muito interessante e importante. Maria

6:13 da tarde  

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