terça-feira, setembro 13, 2005

Visita ao Novo Mercado Municipal

A candidatura do CDS/PP teve a oportunidade de fazer uma visita ao Novo Mercado Municipal e dessa visita poder dar a sua opinião crítica mas sempre construtiva que é, e sempre será, a nossa forma de estarmos na actividade política.

Como resultado dessa visita elaboramos um documento onde expressamos quer a nossa opinião sobre o que vimos mas também onde apresentamos alguns problemas que pensamos precisarem de ser revistos.

A nossa apreciação abordou os mais variados aspectos, desde a segurança ao ambiente, desde a logística ás instalações sanitárias, desde as condições para quem vende às condições para quem compra.
E assim sendo apraz-nos dizer o seguinte:

1. Aspecto Geral Interior: Agradável. Os diferentes sectores com placas indicadoras. No 1º andar faltam ainda algumas.

2. Segurança e Mobilidade: Piso anti-derrapante, extintores e bocas-de-incêndio, saídas de emergência, portas largas. Existem dois elevadores para serem utilizados por pessoas, não sendo muito grandes parecem-nos de qualidade. Num dos elevadores o alarme não está a funcionar. Deverá ser visto. Nestes elevadores deveria ser dado preferência na sua utilização a pessoas portadoras de deficiência, idosos e grávidas.
Não esquecer a sinalética de perigo nos quadros eléctricos.
Duas notas menos positiva: primeira - degraus estreitos, 25 cm, uma senhora de saltos altos a descer poderá correr riscos de equilíbrio, segundo - a escada de saída do 1º para o R/C é muito estreita ( 1,10 metros) e em dois lanços.

3. Instalações Sanitárias: Poderemos considerar boas e onde as pessoas portadoras de deficiência não foram esquecidas. As instalações sanitárias do piso superior ainda não estão concluídas.

4. Higiene: Os materiais utilizados parecem adequados. No entanto existem algumas pequenas falhas cuja correcção nos parece necessária:
- Parede envolvente do mercado deveria ser revestida a azulejo, pelo menos até 1,50 metros de modo a facilitar a sua lavagem.
- Falta um rale de escoamento de águas por baixo das bancadas do peixe de forma a conduzir as águas para a calha colectora exterior.
- Ainda nas bancadas do peixe, as mangueiras deveriam ter comprimento suficiente para chegarem à bancada, para a lavagem desta.
- Ainda na bancada do peixe, o esgoto das águas residuais da banca ficam a cerca de 5 cm da calha colectora o que possibilita que os compradores inadvertidamente ponham os pés por baixo do referido tubo e tenham uma desagradável surpresa.
- A zona do pão está entre a zona dos animais vivos e das flores. Do lado dos animais vivos está protegida até ao tecto, do lado das flores, não. Como é sabido, as flores libertam poeiras e pólen no seu manuseamento, pelo que pensamos que a área do pão deveria estar isolada até ao tecto. Acrescentamos mais, a zona do pão deveria ter uma entrada em cada extremo preferencialmente com portas de vidro e o corredor de passagem central, que vai da zona dos animais vivos para a zona das flores, deveria ser fechado.
- Há uma questão sobre a qual não podemos opinar, que é relativamente à exaustão de odores.

5. Logística: É um dos pontos muito fracos desta infra-estrutura. Da cave para o r/c não há escadas, apenas um elevador de carga com as dimensões interiores de 1,40metros de largura por 1,60 metros de comprimento. Um porta-paletes e uma euro-palete necessitam de 0,80 x 1, 40 metros, quase que ocupam completamente o elevador e o operador tem de ir “ encolhido” a um canto. Perante este cenário, a movimentação das mercadorias levam uma eternidade. E se o elevador avaria?
Na nossa opinião o mercado deveria estar equipado com 4 elevadores de carga, cada um com 2,5 metros de largura por 1,80 metros de comprimento. Este vai ser um problema difícil de resolver. E é um sério revés neste projecto.

6. Quem vende: As bancas têm apenas uma entrada o que pode constituir um constrangimento aos vendedores que se tem de deslocar através do espaço das bancas vizinhas. O ideal era haver mais duas entradas, uma em cada extremo, mas neste aspecto os vendedores deveriam dar a sua opinião.
O espaço unitário das bancas, as mais estreitas com 1 metro não tem qualquer valor funcional, o que implica para o vendedor ter de adquirir mais de um espaço. Somos da opinião que cada espaço deverá reunir todas as condições para a prática da actividade.
Também a arrumação dos produtos desde o exterior para o interior das bancas não está facilitado e estará muito dificultado se tivermos em atenção a idade de muitos dos vendedores. As bancas são altas, cerca de 1 metro, a entrada apenas uma, central, irão dificultar a movimentação das mercadorias. A hipótese da parte inferior das bancas ser aberta pela parte da frente, facilitaria a passagem da mercadoria para o lado interior das bancas.
Os talhos, parecem-nos demasiado pequenos. Dois tem uma área de 2,50x5,10 metros e onze tem 2,50x2,40 metros, em nenhum deles há possibilidade de instalar uma câmara frigorífica. E se pensarmos que o mercado é para funcionar todos os dias, então como se resolve o problema da conservação das carnes? Pensamos que terá de haver menos talhos mas com as necessárias condições de funcionamento e conservação. A instalação eléctrica também não nos parece preparada para a instalação de câmaras frigoríficas.

7. Quem compra: Se tivermos em conta que a grande maioria dos compradores são mulheres, que a altura média ronda o 1,65 metros de altura, se as bancas tem 1 metro de altura, ao que se tem de acrescentar as caixas que contem os produtos, sobretudo as frutas e os animais vivos, o faz com as compradoras não tenham perspectiva sobre o produto exposto.
Pensamos que as bancas deveriam ser mais baixas e com o perfil adequado ao tipo de produto para que estão destinados. Para os animais vivos as bancas não deveriam ter mais de 0,70 metros de altura. Para as frutas e legumes, não deveriam ter mais de 0.90 e com inclinação, tipo expositor.

8. Estacionamento. O local onde foi implantado esta infra-estrutura não foi com certeza a melhor. Mas há sempre a solução de um autocarro eléctrico e gratuito a fazer o circuito Mercado Municipal / Parques de estacionamento. Os erros têm sempre um preço.

Conclusão:

Os problemas de mais difícil resolução são a questão dos elevadores de carga, da altura e perfis das bancas e da dimensão dos talhos. O modo de ultrapassar estes problemas vai ser um desafio à imaginação dos técnicos e responsáveis, mas têm que se encontrar soluções para estes problemas.

Pensamos que depois de resolvidos, o novo mercado municipal reunirá condições para ser utilizado e a Câmara encontrará a plataforma de entendimento na negociação com os vendedores do mercado velho para a sua passagem para o mercado novo, tendo em linha de conta que os actuais vendedores deverão ter preferência e que a venda das bancas deverá ter em atenção o valor actualizado das bancas que os vendedores detinham no mercado velho.

Porque é justo que assim seja, até pela perda de direitos adquiridos que tinham no mercado velho.

2 Comments:

Anonymous Anónimo said...

Já estou mais calmo!

È um "documento extenso", de facto é uma estopada ler. Mas tenho que morder a lingua, até que vale a pena.
Gostei do que li mas acima de tudo gostei de ter conhecimento de que existe pelo menos uma candidatura que aborda de uma forma diferente o que tem servido para tanto tema de conversa entre os "politicos" desta terra.

Agradou-me, entre outras, a sugestão apresentada pelo CDS de um mini autocarro electrico a fazer o circuito mercado/parques de estacionamento para resolver o problema do estacionamento.

E confesso que fiquei espantado com a enumeração dos problemas, o cuidado nos pormenores, parece-me que temos gente!

A candidatura do CDS na sua analise apresentada no documento foi realista, ponderada, apontou problemas mas apresentou soluções, disse sem problemas do que gostou e explicou o que achou necessitar de ser resolvido.

Parece-me que esta gente mesmo que e seguindo as palavras do Observador Marinhense, não alcancem ainda aquilo porque estão a debater-se, vão ganhando o respeito de muitos. O meu também o tem vindo a ganhar.
Só espero que não se "estraguem".

Nota: Não foi a candidatura do CDS que publicou no Jornal da Marinha um repto á Camara para abrir as portas do mercado ás visitas ao publico? Acho que li isso faz 2 ou 3 semanas. È impressão minha ou foi mesmo?

4:18 da tarde  
Blogger ++!++ said...

Até que enfim que depois de muita parra vejo uvas.....

Assim sim. Assim vale a pena discutir e argumentar......com análises condignas e sem subjectividades nem acusações mesquinhas que não levam a lado nenhum. Parabens Ana Paula Silva !

9:20 da tarde  

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