segunda-feira, outubro 10, 2005

Ressaca eleitoral


Hoje é dia de ressaca eleitoral. Os vencedores recuperam da festa. Os vencidos perguntam porquê? Por mais justificações que possam ser dadas para os resultados no concelho da Marinha Grande, há uma certeza. Mais do que uma vitória da CDU, o que se passou ontem foi uma derrota do PS. O projecto dos socialistas até era bastante interessante, tal como o da CDU. A diferença esteve na humildade das campanhas e dos candidatos. Os 12 anos de “governação” tiraram ao PS a noção das necessidades da maioria o concelho. Os socialistas isolaram-se. Deixaram de sentir o pulsar da população, os seus anseios, as suas necessidades. Fizeram obra, sem dúvida, apesar de alguma ser questionável.
Aos vencedores, cabe agora fazer melhor e de forma menos distante que os seus antecessores. Mas não basta ouvir a população e tomar medidas populares. Há questões estruturais na Marinha Grande que têm de ser resolvidas. É preciso lançar as sementes mesmo que os resultados não se vejam ao final de quatro anos. No fundo, é preciso tomar decisões correctas.
Apesar de muitos apontarem do dedo a este “blog”, acusando-o de ser eleitoralista, o “Marinha Grande que Futuro?” mantém-se no espaço blogosférico. A ideia continua a ser a mesma: discutir o concelho. É um espaço para quem ama o concelho Marinha Grande e quer fazer dele um local melhor.
Todas as sugestões são válidas e bem-vindas.

17 Comments:

Anonymous Anónimo said...

desiludido, apreensivo, expectante.
e assim que me sinto perante um resultado eleitoral deste tipo..
axo que agora estavamos a ir num bom caminho espero q as coisas continuem a evoluir para nao ficarmos parados no tempo...
fico desiludido c a taxa de abstençao, sabendo que o povo marinhense passa vida a queixar-se mas levantar o car"#$%&/ do cú da cadeira para irem por um risco em tres folhas dá trabalho!!!foda"#$%%&#..
so nos resta esperar para ver o que vem por aí.... é caso para dizer:
MARINHA QUE FUTURO????

9:59 da tarde  
Blogger Unknown said...

Estas eleições acabaram por ter um final, para mim, estranho e surpreendente.
A CDU ganha com uma votação massiva na freguesia da Marinha Grande, enquanto que o PS vence na Vieira e na Moita.
A ilação que tiro deste resultado é que o marinhense votou mais no descontentamento do que propriamente numa alternativa viável. Confunde-se poder local com nacional e vota-se contra o PS por descontentamento do governo e do "estado das coisas".
Agora pergunto: Terá a CDU capacidade para tocar a bola para a frente? Pelo que ouço dos mais antigos, competência e honestidade não faltam a Barros Duarte & Cia, mas saberão eles governar uma Marinha Grande que já não é a mesma que à 12 anos? Vejo pessoas no corpo eleito que por um lado conhecem a Marinha Grande melhor que ninguém, mas que por outro lado talvez pequem por falta de sentido de modernidade.
E gestão financeira? Estarão à altura?
Não estaremos nós perante um periodo de estagnação de 4 anos?
Ainda por cima, como diz a Liliana, com os mandatos (e opiniões) divididos, parece-me que sim...

Agora quanto a este blog, Observador, espero que seja mais util que nunca. Espero que sirva para mais do que um espaço para mandar criticas para o ar. Está na altura de analisarmos algumas ideias que foram lançadas e tentar viabilizá-las. A Liliana e o Cão com Pulgas lançaram ideias sobre o aproveitamento das nossas matas, por exemplo, que podem passar por associações de pessoas movidas pela vontade de melhorar o nosso concelho. E quem fala das matas pode falar em actividades ligadas à cultura, desporto, cidadania, acções de sensibilização, etc...
Juntos, podemos fazer melhor por nós.
Espero que a CISCO seja o primeiro bom exemplo disto que falo.

Abraços.

2:00 da tarde  
Blogger Bruno Monteiro said...

Ó observador!
Quer dizer que conheces gente que adivinha o futuro?
Estava a brincar...
Espero que sim, que isso seja assim.
Quanto aos resultados também me surpreenderam e talvez mesmo tenho surpreendido o PCP também... espero que se consigam organizar depressa. Confesso que estou com um certo receio.

3:51 da tarde  
Blogger Bruno Monteiro said...

talvez mesmo "tenham" surpreendido o PCP também.

3:53 da tarde  
Blogger Praça Stephens said...

Se me permitem entrar na discussão, há aqui matéria interessante.
Referi na minha campanha eleitoral que a CDU, se ganhasse, iria privilegiar a confrontação (contra o governo, sobretudo) em detrimento do diálogo e da resolução dos problemas (por isso falei tantas vezes da necessidade de um conselho para o desenvolvimento económico de forma a antecipar problemas). Com esta informação do observador essa ideia começa a tomar forma, ou seja, a CDU ao escolher como aliado preferencial da gestão da câmara o PSD, dá-nos o sinal do que quer para o futuro, pode ser bom para o seu "fundo de comércio" mas vai ser péssimo para o concelho.

6:30 da tarde  
Blogger ++!++ said...

1 ) RESULTADOS:

Façam as verdadeiras contas Democráticas dos resultados eleitorais e não aquela que o sistema nos impinge:

52% (16726/30417) dos eleitores inscritos definiram a vitória !

21% (6480/30417) dos eleitores inscritos votaram na CDU e menos 1% (20 % (6092/30417)) no PS!

-Melhor ainda:

48 % não foram votar e 3% não votaram em ninguém. Ou seja,

51 % dos eleitores (!!!!), ou:
não se reviram em nenhum partido, ou nem seque se reviram no sistema Democrático em que vivem!

Esta é a realidade pura e dura dos números.

------------------------------------------

2) Esquizofrenia eleitoral e Espectativas:

No dia das eleiçoes ouviram-se (outra vez) buzinas de alegria do partido vencedor.

Essa alegria será a certeza de um futuro melhor, ou o desepero esquizofrenico de um povo que não sabe para Onde vai, Quando vai, Como vai, e quanto irá gastar nessa viagem?

Todos os partidos apresentaram programas COBARDES dado que não assumem com o Povo COMPROMISSOS claros e objectivos. O da CDU não é excepção.

Na minha opinião e de um modo geral os eleitores votam irracionalmente dado que sustentam o seu voto apenas em expectactivas em estilo de crença.
No dia seguinte esquecem o que é a Democracia e vão à sua vidinha anti-democrática (fogem aos impostos, metem as cunhas, recebem por fora, fogem aos licenciamentos, tentam corromper as forças de segurança, os notários, etc.).

Por sua vez os eleitos agarram no Barco e deparam-se com um sistema de organização irracional incompatível com sistemas de gestão avançadas.

Acomodam-se, e assim navegam à vista.

A democracia mantém-se Pobre...e o tempo vai passando.

Mas para mim a culpa não morre solteira.

Só os políticos (executivos) têm legitimidade e poder, para exigir uma mudança para um sistema de gestão autárquica mais avançado em que os items Quando, Como e Quanto sejam de facto instrumentos de navegação práticos e que propiciem maior transparência, legitimidade e um diálogo permanente e sistematizado com os cidadãos.

Não o fazem porquê?


-----------------------------

3) Observador:
"Quanto à questão financeira penso que não haverá problemas.
Além disso, há sempre assessores de economia à procura de um emprego."

Parece-me que se por um lado os politicos são cobardes, nos termos que acima referi, por outro lado considero que há um eleitorado com um nível cultural muito acima da média mas muito pouco exigente que alimenta essa cobardia.


Se não sabe se haverá problemas: Procure saber! É do seu bolso que sai o dinheiro !

...Eu não acredito que lhe paguem o salário em "Assessores Financeiros".

7:02 da tarde  
Blogger Praça Stephens said...

caro Gana
você insiste num aspecto importante que é o da preparação das pessoas para assumirem as responsabilidades. Eu, na minha campanha, disse (mas nenhum candidato sabia) quanto é que era necessário gastar em saneamento e até quando é que era possível realizá-lo; apresentei a forma de executtar os centros de dias e a generalização da educação musical, etc. Tinha isso tudo sabido e quantificado, não tenho culpa é de ter feito quatro debates, repito quatro, e os outros candidatos se limitarem a insultar em vez de discutir. e não tenho culpa também de os jornalistas se interessarem mais por fait divers do que por questões substantivas. É engraçado, agora que tudo já passou, que você seja tão pressuroso na necessidade de rigor (que eu concordo) e, ao mesmo tempo, tão indulgente com candidatos sem preparação, sem conhecimentos, sem capacidade de articular uma frase que não seja a ler um papel e sem qualquer noção da realidade do concelho e do mundo em que vivemos.
Na sua pergunta, "não o fazem porquê ? " a resposta deve ser mais procurada em si do que em mim.
cumprimentos

11:02 da manhã  
Blogger Praça Stephens said...

(mais nenhum candidato sabia)

11:02 da manhã  
Anonymous Anónimo said...

Nunca fui apologista de que ao expor as minhas opiniões sentir-me depois compelida a justificá-las, argumentá-las e a defende-las contra tudo e contra todos.
Até porque penso que algumas das discussões correm o risco de se prolongarem ad nauseam baseadas em hipotéticos palpites ou em futurologias caindo no mais rotundo e absoluto nada.
Apresentámo-nos sem dogmas, sem medos, sem entrar em discussões estéreis sobre tendências de esquerda ou direita num concelho onde a tradição é mais de reivindicação do que de empreendedorismo.

Escolhemos um caminho de intervenção sem a preocupação de seguidismo de acção nacional e o mais importante, sem a preocupação de agir na mesma linha de acção das outras forças partidárias do concelho. Traçámo-lo em consonância com o que pensámos e continuamos a pensar, ser a acção e a postura, que um dia, dará os seus frutos.

Correndo o risco de ser mal interpretada mas assumindo-o, digo com toda a frontalidade, que nos tempos conturbados que hoje vivemos, não é o tipo de acção protagonizada por nós, a quem alguém apelidou de "certinha e lavadinha", que leva o povo a votar. Estávamos conscientes disso, algumas vezes o referi publicamente dizendo também que estávamos a fazer o "caminho das pedras". E é por ele que iremos continuar. Estaremos atentos, conciliando empreendedorismo e reivindicação, algumas vezes seremos contestatários e outras coniventes, mas seremos sempre iguais a nós próprios.

Já a leitura nacional suscitou-me um outro tipo de reflexão, como que a uma discussão dialéctica com os meus botões.
Ao longo dos tempos, nós portugueses, fomo-nos habituando e permitindo que a maledicência, a injúria, o descrédito dos e nos valores estruturais do ser humano se fossem instalando e o resultado inequívoco desse hábito e dessa permissão é a rendição ao deserto da não-construção.

Assistimos a que pessoas cobertas de suspeições, fugitivos à justiça, indiciados em crimes de peculato, corrupção e afins, e ainda outros que se apresentaram como exemplos que supostamente deveriam ser fracassados, encarnando o papel de "Robin dos Bosques" do século XXI, conduzindo a sua acção no "investe-se no que sabemos que o Povo gosta". Até pode ser colocar uns autocarros à disposição, uns baptismos de voo de helicóptero, ou a distribuição de umas simples chouriças. E todos ficam felizes.

E a eleição destes não deveria ter causado a perplexidade que causou pois foram eleitos pelo voto directo do Povo, voto que é secreto e resultante de uma escolha em liberdade e não da coação, como acontecia antes do 25 de Abril. Os sufragados vencedores têm toda a legitimidade para exercerem os seus cargos. E contra isso nada a fazer. Nem se pode e muito menos se deve. O Povo é soberano.

Todos têm o direito à presunção de inocência. Mas todos têm o dever de saber, fazendo uma análise de consciência, quando devem ficar quietos. A bem de uma cidadania que se quer exercida acima de qualquer suspeita. Há pessoas que pelo lugar que têm na sociedade deveriam de ser o exemplo daquilo que não se deve fazer e muito menos ser.

E tal como sou totalmente contra à limitação de mandatos pela simples razão que vivemos em Democracia e se alguém for consecutivamente eleito durante 30 anos é porque agrada ao Povo, e o Povo faz as suas escolhas e vota e elege quem quer para governar os seus destinos. Também sou totalmente a favor de que a "César o que é de César" e que cada deverá colher aquilo que semeia.

São as nossas escolhas, feitas em e com liberdade, que determinam o nosso futuro, mesmo que este seja uma total incógnita quer para quem escolheu o lado vencido, quer, e pior ainda, para quem escolheu o lado vencedor.
Parece-me que em Portugal o que vai importando, é que alguém distribua uns bolos para que possamos ser, todos, uns felizes tolos.

Gana, em muitas coisas que escreveu, concordo consigo. Principalmente quando nas suas contas demonstra por a+b que o grande vencedor destas eleições na Marinha Grande foram e passo a citar " 51 % dos eleitores que não se reviram em nenhum partido, ou nem sequer se reviram no sistema Democrático em que vivem!"

6:04 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Um livro que gostei muito de ler e por isso tomo a liberdade de deixar aqui, um excerto, que me parece de todo pertinente. Pelo menos pode ser um ponto de partida para alguma reflexão.

A Sugestibilidade Humana

Os ideais da democracia e da liberdade chocam com o facto brutal da sugestibilidade humana.

Um quinto de todos os eleitores pode ser hipnotizado quase num abrir e fechar de olhos, um sétimo pode ser aliviado das suas dores mediante injecções de água, um quarto responderá de modo pronto e entusiástico à hipnopédia.

A todas estas minorias demasiado dispostas a cooperar, devemos adicionar as maiorias de reacções menos rápidas, cuja sugestibilidade mais moderada pode ser explorada por não importa que manipulador ciente do seu ofício, pronto a consagrar a isso o tempo e os esforços necessários.

É a liberdade individual compatível com um alto grau de sugestibilidade individual?
Podem as instituições democráticas sobreviver à subversão exercida do interior por especialistas hábeis na ciência e na arte de explorar a sugestibilidade dos indivíduos e da multidão?
Até que ponto pode ser neutralizada pela educação, para bem do próprio indivíduo ou para bem de uma sociedade democrática, a tendência inata a ser demasiado sugestionável?
Até que ponto pode ser controlada pela lei a exploração da sugestibilidade extrema, por parte de homens de negócios e de eclesiásticos, por políticos no e fora do poder?

Aldous Huxley, in 'Regresso ao Admirável Mundo Novo'

7:28 da tarde  
Blogger ++!++ said...

Caro Ps/Marinha Grande,

A questão é se o que diz que disse estáva ou não no seu programa eleitoral.

E atenção refiro-me às questões do Como, Quando, Onde, e Quanto.Estas questões são de importância capital para o envolvimento dos cidadãos na vida política. Permite-lhe acompanhar a governação, controlando-a. E o controlo deve ser sempre construtivo, dando ideias e soluções que acelerem a obra programatica ou até que a tornem mais barata por exemplo.

Essa é para mim a questão fundamental.

O "Diz que disse" para mim não conta.

Repare, por essa via não faltarão agora candidatos a dizer que também sabiam e que o Senhor é que não os ouviu...e depois restar-nos-á ouvir-vos num debate qualquer a deglariarem-se sobre quem disse o quê ....

Está provado (para mim) que não é essa a via do futuro...


Cara Ana Paula,

Gostei do texto que transcreveu.

No entanto entendo que a Liberdade não é a terrena e tal como está escrito é um ideal.

A democracia, pelo contrário, é um sistema que consoante a conjuntura geográfica,económica,social,cultural do povo que o adopta modifica-se, ou melhor, adapta-se. Por isso para mim nunca é um ideal, é um sistema dinâmico.

Acho que uma democracia só será mais avançada quando a população tiver mais conhecimento e valores morais que orientem esse seu conhecimento.

O "não faças aos outros o que não quere s para ti mesmo" é um dos valores que ainda nenhum ser humano consegue atingir na sua plenitude, muito menos temos ainda e plena capacidade para "amar incondicionalmente".

Por exemplo: Não basta ter leis que punam a fuga ao fisco é necessário incutir nas pessoas a moral intrínseca nos impostos - a ajuda que esse dinheiro representa nos mias desfavorecidos. Quantos dos Senhores políticos já deram a "facadazinha" nos impostos ? Uma SISA (ou IMT) aqui, uma facturazinha ali....

Concluindo temos muito ainda que evoluir só e apenas nos dois pontos acima referidos de aspecto moral.

O desafio é ir caminhando....e lutar para que o nosso conhecimento e o nosso comportamento seja cada dia melhor.

PAZ !

9:05 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Quer dizer que para o GANA a Democracia é a utopia maior, a tal esfera ética ou religiosa a que o materialista comum não consegue atingir. Muito bonito, sim senhor e onde é que isso nos deixa? Sentamo-nos à espera que nos crescam grandes cérebros e membranas interdigitais ou fazemos como o outro e amamos como Jesus amou. Meus caros, cada um tem a Democracia que merece e que precisa. O meu amigo GANA é um homem de muita Democracia, é difícil de saciar, mas convenhamos, para muitos marinhenses, poder andar de Smart por um dia, oferta da Worten, foi a melhor coisa que aconteceu nestas últimas semanas. Faça um favorzinho a esta gente e salve-os, que eles coitados, não sabem o que fazem. Se ainda não tem um partido e ainda não inventaram outra forma das suas ideias serem ouvidas, crie-o. Ou então tente a luta armada, talvez. Mas não desperdice tanto conhecimento em inteligência em discussões filosóficas sobre a democracia. Isso é voyeurismo.

2:08 da manhã  
Blogger ++!++ said...

Releia o meu post s.f.f.
Ou então: não.

11:42 da tarde  
Blogger ++!++ said...

" Pois pá, isto é um país de analfabetos, pá! Dá-lhe no Travolta, dá-lhe no disco-sound, dá-lhe no pop-xula, pop-xula pop-xula, iehh iehh, J. Pimenta forever! Quanto menos souberes a quantas andas melhor para ti, não te chega para o bife? Antes no talho do que na farmácia; não te chega para a farmácia? Antes na farmácia do que no tribunal; não te chega para o tribunal? Antes a multa do que a morte; não te chega para o cangalheiro? Antes para a cova do que para não sei quem que há-de vir, cabrões de vindouros, ah? Sempre a merda do futuro, a merda do futuro, e eu ah? Que é que eu ando aqui a fazer? Digam lá, e eu? "

Excerto de FMI de José Mário Branco

11:49 da tarde  
Anonymous Anónimo said...

Caro Gana,

Não será antes esse desafio uma questão de Educação?

O progresso e o conhecimento, não necessáriamente por esta ordem, não se atingirá começando desde muito cedo esse caminho evolutivo? Os aspectos morais não estarão implicita e explicitamente ligados aquilo que se apelida de Cidadania?

A História já nos demonstrou que o conceito Moralidade é inata no ser humano mas é totalmente deturpada à medida que vamos crescendo. As crianças têm um sentido de justiça acutilante e vão-no perdendo na justa medida em que vão crescendo condicionadas aos valores morais que lhes são incutidos seja por palavras ou acções ou o pior ainda os exemplos que vão absorvendo.
Um exemplo positivo embora fora de contexto mas que pode servir pela analogia que poderá ser feita:
Acredito que daqui a 15 ou 20 anos o cuidado com o Ambiente será um dado adquirido pois as crianças, na escola, estão a receber a devida educação nesse sentido, são elas neste momento que levam mesmo para as suas casas a preocupação, por exemplo, com a separação do lixo. Este exemplo não poderia, ou antes,deveria ser seguido em outras vertentes ou áreas?

O caminho da mudança visando uma nova Mentalidade é lento. Porque esta é uma das estruturas que mais tempo leva a construir. E quanto mais tarde esse passo se iniciar mais se perpetua a ausencia do Dever Moral. E mais morosa é a tão desejada evolução.
................................

Liberdade e Democracia nem sempre caminham juntas. Existe e existirá sempre algo que as condiciona, aprisiona e muitas vezes as deturpa. Uma Ditadura seja ela de que indole for é castradora em todos os aspectos morais, sociais, individuais e colectivos.

Deixo um outro pedacinho de texto que alguém escreveu num passado recente:

" Se votar fizesse alguma diferença na governação de um País já há muito que tinha sido proibido. Em muitos regimes ditatoriais o Povo é chamado a votar e nada se modifica. Em muitos regimes democráticos o Povo é chamado a votar e nada se altera. Em ambos os casos muitos são chamados a legitimar apenas e só aquilo que uns poucos entendem ser o melhor para todos.
Nos primeiros (regimes ditatoriais )tem-se a certeza da inutilidade do acto e nos segundos (regimes democráticos) a ilusão da utilidade. Em ambos se encontra a instrumentalização das massas para um único fim: O exercicio do Poder"

Haverá uma Terceira Via?

4:28 da manhã  
Blogger ++!++ said...

A Educação não é, por si só, sinónimo de evolução.

Teremos também que a ir questionando durante o nosso caminho:

-Estamos a preparar o jovens para o individulismo ou para a solidariedade ?

-Estamos a dar-lhes conhecimento ou a prepara-los para o mercado de trabalho?

--------------------------------
Ter a consciência da existência do Poder e da Instrumentalização de massas é importante.

Mas mais importante do que isso é saber quem é que esse poder e essa instrumentalização está a servir no imediato.
--------------------------------

9:48 da tarde  
Blogger carlos said...

concordo!
não é por o errado se ter tornado banal que fica certo.
mais importante, como o Gana diz, é sabermos o que move as pessoas e principalmente questionarmos as decisões.
a retórica e a tv são perigosas.
hug

10:06 da tarde  

Enviar um comentário

<< Home