segunda-feira, junho 20, 2005

Isto está muito calmo

Ninguém comenta?! O melhor é falarmos dos erros urbanísticos que se fizeram na Marinha Grande nos últimos 20/30 anos e da lenta degradação do centro histórico, apesar do tão falado Plano de Salvaguarda.

1 Comments:

Blogger Cão com Pulgas said...

Não posso deixar de reparar que existem, pelo menos, dois blogues marinhenses interessados em discutir o tema Autárquicas. Creio que, no fundo, nenhum de nós é isento, somos marinhenses e já nascemos politizados, mas este pareceu-me o mais neutral. Bastantes comentários aos posts e saudinha da boa é o que eu desejo.

Quanto às eleições propriamnete ditas, muito há para dizer.
O PS deverá ganhar com a margem mínima que o PCP, no seu mau perder, vai atribuir a alguém. Aos vierenses, ao moitenses ou ao Bloco de Esquerda.
Os socialistas, com um plantel redizido e fraco vão ganhar, não por terem governado melhor, mas porque não têm adversários à altura.
O candidato do PCP é aquilo que os comentadores gostam de chamar "erro de casting". Não porque não tenha perfil ou experiência, mas simplesmente porque quem entrou na Gabriela não pode entrar nos Morangos com Açúcar. O plantel do PC, além de velho para a modalidade também está um pouco depauperado.
Estou ansioso para conhecer as propostas de ambos sobre o tema urbanismo, uma vez que ambos têm atentados a reinvindicar.
Na Cultura, enfim, temos os Loto, os Mikado e os Dominó. Talvez o candidato do governo consiga cá trazer os Rolling Stones para calar os críticos, mas só até às eleições.
Lembro-me vagamente que na era Brejnev, o Partido se encarregava dos colóquios, dos café-concerto, das sessões de esclarecimento e das jornadas culturais e desportivas.
Na era das imobiliárias, nada disto faz sentido, a não ser para ganhar votos, uma vez que as pessoas estão mais interessadas em fazer o máximo de horas-extra para comprar um carro como o do vizinho. A cultura tem ficado assim a cargo das colectividades que vão sobrevivendo, algumas com bastante tradição, convertidas em bares.
A Marinha, ao contrário do que se diz, tem um património histórico riquissímo. Tem o pinhal, que foi sustento de muita gente, tem uma orla costeira que vale a pena requalificar em termos urbanísticos. Tem as praias que convém que não sejam inundadas pela porcaria das suiniculturas. Tem a própria arqueologia industrial que deve ser levada a sério.
Se hoje a Marinha cresceu e tem cada vez mais pessoas de fora, compete aos candidatos, apresentar propostas que impeçam a descaracterização da cidade, quer em termos culturais, quer em termos de urbanismo.
Gostava de saber o que têm a dizer sobre a especulação imobiliária e o facto da Marinha Grande ser o sítio, no país inteiro, onde as casas são mais baratas. E gostava de lhes perguntar: Estaremos a tornar-nos num dormitório de alguém, ou pensam em desbastar pinhal para estender a zona industrial? O candidato que ganhar deve ser aquele que conseguir libertar a Marinha do seu estatuto de refém da indústria e da especulação imobiliária. Gostava de acreditar que os candidatos dos maiores partidos têm uma ideia clara sobre a qualidade de vida, mas um, vejo-o demasiado vaidoso a aparecer em eventos de pato-bravo, para compreender que o progresso não é só trabalhar para consumir, e o outro, demasiado ultrapassado para entender o que quer que seja.
Nesta encruzilhada, O PS vai ganhar votos de direita, decepcionados com o Durão e envergonhados com o Santana, mas poucos. O PC pode ganhar votos ao PS, decepcionados com Álvaro Orfão e envergonhados com João Paulo Pedrosa e perder mais ainda para o Bloco de Esquerda que, por muito que custe aos comunistas, partilha com eles os ideais de esquerda. Lembremo-nos que, nas legislativas, o BE teve mais votos que o PCP em algumas mesas de voto da Marinha e na maioria do distrito de Leiria.
Está na altura dos Marinhenses poderem exigir do seu representante, pelo Bloco, na Assembleia Municipal. Mas também do PS, do PCP, do PSD e do CDS também.
Afinal é na Assembleia Municipal que a Democracia se faz verdadeiramente.

9:57 da tarde  

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